Um deles que tinha mais
poder do que os outros me agradeceu e disse que discordava de mim. Eu, padre,
professor de catequese e comunicação, deveria ser o primeiro a ficar feliz que
finalmente alguém estava falando de Jesus 24 horas por dia… Nada foi mudado.
Perderam audiência de
maneira chocante. O líder que me repreendeu por que achar que havia Jesus
demais naquela emissora, três anos depois deixou a movimento. Ele mesmo ficou
saturado.
A reflexão que vem do papa
Bento XVI no já mencionado livro, merece atenção especial. Ele fala de
catequese progressiva. De um Jesus que vamos assimilando aos poucos. Ninguém
está pronto para beber uma garrafa inteira de vinho sem perder a lucidez.
Ninguém é capaz de respirar Jesus 24 horas por dia sem perder a lucidez. Vinho
não embriaga ninguém. Nem Jesus. O que embriaga é o excesso. Orar demais é tão
errado como nunca orar ou orar de menos. A doutrina chamada ascese existe para
que encontremos Jesus do jeito certo e na dose certa! Mas diga a um bebedor
inveterado que ele está passando do limite. Mesmo caindo de bêbado ele reagirá
dizendo que nunca exagerou!
O mesmo Papa lembra que
nos evangelhos está uma descoberta progressiva de Jesus. Marcos afirma: És o Cristo.
Lc: És o Cristo de Deus e Mateus: És o Cristo, Filho do Deus vivo. Ele chama a
esta catequese de uma lenta evolução de aprendizado. Nossa cristologia de hoje
não começou no século passado e não vai se cristalizar. Jesus é como ouro: quem
procura mais, quase sempre acha mais. Quem não procura, talvez veja o que um
outro achou, mas nem sempre lhe dá o devido valor. Quem desesperadamente sai
por aí garantindo que seu grupo achou mais do que todos os outros acaba
vendendo ganga como se ouro fosse!
Ouça os pregadores, mas
cuidado com os que dizem que Jesus lhes revelou tudo. Estes é que não merecem
confiança. Jesus foi duro contra eles. Leia Mt 24,24-26.
Pe.Zezinho, Scj. Tirado do Site do Padre.
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