Há
uma resposta irada, outra angustiada e outra serena sobre os católicos que
ontem iam à missa e, hoje, estacionam seus carros na quadra vizinha, para ir ao
culto de uma igreja pentecostal. Lá, oram diferente com um pastor que prega e
ora diferente do seu, ontem, pai espiritual, chamado padre. Trocaram o pai pelo
pastor. De filhos espirituais optaram por ser ovelhas. Devem ter achado que
valeu a pena, senão não teriam trocado de templo e de endereço.
Venceram
os pregadores de lá. O discurso deles foi mais convincente. Alguém dirá que foi
também o testemunho, mas aí seria argumento discutível porque o que aparece na
mídia em ermos de desvios não favorece nem uma nem outra igreja.
Pregadores-pecadores os há em todas elas. Houve até no grupo de Jesus! Desde Jesus
nem todos os discípulos perseveram na fé e nos costumes. As Igrejas precisarão,
o tempo todo, perdoar seus fiéis e seus líderes que erraram. Nenhuma delas
sobreviveria sem a doutrina do perdão. (Mc 11,25)
Como
a vida e a fé têm muitos vai-e-vem, nós que estamos no mundo há dois milênios e
no Brasil há 500 anos, sabemos da força e do poder do novo, contado e mostrado
de um jeito novo, e através de poderosos novos veículos. Em matéria de
enfrentar dissidências, a Igreja Católica tem larga experiência. Começou já
pelos meados do século 2 com Montano com sua Nova Revelação e Nova Profecia.
Ele foi provavelmente o primeiro dissidente que se proclamou a melhor resposta
para os eu tempo. Crescíamos aqui perdíamos ali. O mesmo está acontecendo com
igrejas pentecostais de apenas 4 ou 5 décadas. Ganham a que perdem ali para
algum bispo ou apóstolo dissidente. Dissidentes dos anos 70 estão hoje,
amargando dissidências e assistindo ao nascer de novas igrejas insatisfeitas
com suas lideranças.
Enfrentamos
separações umas duzentas vezes, com grupos dissidentes que nasceram entre nós e
se tornaram igrejas sem nós ou contra nós. E foram centenas, senão milhares as
pequenas e grandes comunidades nascidas do catolicismo que, lideradas por algum
pregador que sentia ter mais a oferecer foram buscar mais Jesus em outros
púlpitos, livros e altares.
O
marketing religioso feito com grande competência por pregadores de outras
igrejas certamente tem muito a ver com o seu crescimento. Se bancos, carros,
palhas de aço, sabonetes e cremes passam a ter milhões de compradores, e
artistas, milhões de fãs, porque apareceram na mídia, porque não uma Igreja? Se
é certo ou errado é assunto para outra conversa. Por enquanto, registre-se o
fato: as igrejas que foram à mídia estão colhendo resultados.
Vai
durar? Nem eles nem nós sabemos. Qual será o resultado deste resultado inicial
daqui a 50 anos? Quem viver verá! O fato é que milhares foram embora, muitos
voltaram e outros continuam indo. Penso em pátios sem portões. Entra e sai quem
quer. Nem Jesus segurou os seus. Releia João 6, 60-71. O texto é duríssimo! A
nós não compete julgar. Escolheram! Escolhamos.
Texto escrito
por/ Pe.Zezinho,scj. Tirado do site do Padre!
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